Monday, June 18, 2007

FADO - O Grito da Cidade Criativa...

O conceito da cidade criativa assenta na noção de que é constituída por bairros criativos, que dinamizam o espaço urbano e o tornam interessante, atractivo, competitivo e educador, com objectivos e resultados económicos.
A existência de ''industrias'' criativas mais notórias são a publicidade e as actividades gráficas.
Detecta-se uma interdependência entre elas. Incluem-se ainda as artes e ofícios, moda, exposição e comercialização de arte, ensino das técnicas e artes teatrais, ensino da música, práticas de expressões corporais como dança, ioga, tatuagem e piercing, design e comercialização de diferentes produtos considerados alternativos como discos de vinil ou comida vegetariana.
Há a pretensão de captar públicos, expor, vender e promover(-se). O que é diferente e alternativo atrai tipos determinados de públicos (estudantes, turistas). Assim, estabelece-se no bairro uma comunicação implícita de excentricidade e de diferença, para além da marca cosmopolita e internacional
Ou seja, a descarectização da cidade atravez do ''arredo'' das populações originais ''especulação imobiliária'' e a sua substituição por novas populações com outro tipo de disponibilidade monetária e outros tipos anseios mais efémeros...
Lisboa é das cidades mais caras da Europa, constratando com o diminuto poder de compra dos Portugueses que se vêem obrigados cada vez mais a fugir para os ''desprestigiantes'' subúrbios.
Sobra dentro da cidade a cultura globalizante, o espaço que outrora foi o reflexo do país em que viviamos é agora paisagem turística, recreio de estudantes de ''Erasmus'', condomínio fechado de classe média alta.
Tempos houve em que os criativos estavam nos espaços decadentes de Paris, conviviam com pessoas diferentes, retratavam o meio onde foram descobrir outras formas de vida e havia uma tentativa de compreenção das diferentes condições humanas.
Hoje o criativo move-se para o espaço e modifica-o, para que possa corresponder às suas necessidades e necessidades da cultura global.
Desaparece a ''comunicação implícita de excentricidade e de diferença, para além da marca cosmopolita e internacional''.
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Cada vez mais a cultura criativa passa pelos subúrbios, é aliás cada vez mais exportada para o centro das cidades atravez do Hip Hop, Grafitti, vestuário, Tunning, lutas de caes, música Africana...etc.
Divide-se assim a cultura em dois aspectos, a do centro da cidade ''mais cosmopolita'' e do subúrbio, mais ''xunga''.
Próxima ilustração será sobre os YAMAKASI, são eles um hino à cultura suburbana e tambem à condição humana nas cidades.

2 comments:

Bicho d'Ouvido said...

Excelente post, cheio de verdades sobre a alma da cidade refugiada nos suburbios. Faz-me lembrar um velho post meu... Lisboa é, hoje, o playground dos turistas e da classe média alta com pretensões a viver "o típico e tradicional" com vista para o rio.
Discordo é que o Fado de hoje seja uma merda.

Rui Gamito said...

De Facto estiquei-me um pouco.
Estava um bocadinho enervado mas já me passou...
Nunca esqueci o teu texto sobre os suburbios, nele tambem estavam grandes verdades, adorei-o e identifiquei-me muito com ele.
beijinhos.